É POSSÍVEL TESTAR AFIRMATIVAS ACERCA DE POPULAÇÕES? ENTENDENDO O CONCEITO DE TESTE DE HIPÓTESE (PARA LEIGOS)

1. POPULAÇÃO E AMOSTRA

Quando você quer saber se a sopa ficou boa, o que você faz? Mexe a panela, retira um pouco com uma colher e prova. Depois tira uma conclusão sobre todo o conteúdo da panela sem, na verdade, ter provado tudo. Portanto:

"é possível ter uma idéia de como a sopa está sem ter que comer tudo. Isso é o que se faz em estatística. "

A estatística deixou de ser a simples catalogação de dados numéricos e se tornou o estudo de como chegar a conclusões sobre o todo (população), partindo da observação e análise de partes desse todo (amostra). Essa é sua maior riqueza.

2. CARACTERÍSTICAS DA AMOSTRA

Uma amostra constitui numa redução da população a dimensões menores, sem perda das características essenciais. Examina-se, então, a amostra. Se essa amostra for bastante representativa, os resultados obtidos poderão ser generalizados para toda a população. As conclusões fundamentadas em uma amostra não serão exatamente as mesmas que você encontraria se estudasse toda a população, em função da variabilidade (variação dos dados, dos números).

Então, toda conclusão tirada por uma amostragem virá acompanhada de um grau de incerteza. A estatística inferencial possui técnicas que permitem dar ao pesquisador um grau de confiabilidade, de confiança, nas afirmações que faz com a população, baseadas nos resultados amostrais.

O problema fundamental da estatística inferencial é, portanto, medir o grau de incerteza dessas generalizações. Conhecer a probabilidade de variação do processo de inferência é importante. Com que probabilidade se pode confiar nos resultados obtidos dos dados amostrais?

3 TESTE DE HIPÓTESE

O Teste de Hipótese é um procedimento usado para testar se a afirmação acerca de uma população é verdadeira ou não, com base em dados amostrais. Uma hipótese é uma suposição quanto ao valor de uma polulação (o todo). O teste de hipótese é tão somente uma regra de decisão para ACEITAR ou REJEITAR uma hipótese qualquer (uma suposição, uma afirmação), com base nos elementos amostrais (uma parte do todo).

EXEMPLO. A FIAT afirma que o consumo de combustível do Pálio Fire é, em média, de 18 km/L. Uma revista decide testar essa afirmação e analisa 50 veículos obtendo uma média de 17 km/L, que é diferente da informada
pelo fabricante.

O resultado de 17km/L não garante que a afirmação do fabricante seja falsa, pois você está se baseando em dados amostrais. Para haver esta garantia só realizando um censo (toda a população), o que é teoricamente impossível. O que devemos avaliar, com auxílio do Teste de Hipótese, é se a afirmação é verdadeira ou não, com base nos dados amostrais.

Em todas as diferentes linhas de atuação humana, como nas ciências físicas, biológicas, humanas e sociais, nas engenharias, na indústria, no comércio, etc., o analista estatístico é frequentemente solicitado a tomar decisões acerca das populações, baseadas nas informações das amostras, como por exemplo, peso médio de animais recém-nascidos, vida mediana de lâmpadas de led em horas, desvio padrão de temperatura ambiente, taxa de cura de uma vacina contra febre aftosa em animais bovinos adultos, etc., as quais são respostas da população estudada.

Pode-se tomar a decisão, por exemplo, com base nos dados amostrais, se

uma marca de fertilizante é melhor do que outra marca no que se refere a incrementar o aumento da produtividade;

se um novo medicamento é realmente eficaz na cura de uma determinada doença;

se uma ração rica em proteína é mais eficiente na engorda de animais que outra marca de ração;

se um processo de propagação vegetativa é mais eficiente que outro;

se uma variedade (ou cultivar) de milho é superior (mais produtiva) que outra variedade;

se uma vacina é realmente 92% eficiente na imunização de um grupo de camundongos submetidos a uma infecção por um vírus patogênico;

se uma raça A de suínos possui ganho médio de peso maior que uma raça B;

se uma nova marca “A” de inseticida é mais potente que uma marca “B”.

Deseja-se, assim, uma resposta do tipo “sim” ou “não” a uma conjectura, suposição, hipótese ou teoria previamente formulada baseada sempre na literatura.

4. QUESTÕES TÉCNICAS REFERENTES AO TESTE DE HIPÓTESE
É importante destacar que, para entender a essência (a teoria) por completo do Teste de Hipótese, é necessário ter conhecimentos (pelo menos básico) de média, desvio padrão, probabilidade básica, distribuição normal de probabilidades e intervalo de confiança.

Para saber mais sobre Teste de Hipótese, recomendo baixar o livro "Testes de Hipóteses Estatísticas", disponível gratuitamente no site da livraria da edufersa (Universidade Federal Rural do Semi-Árido) -https://livraria.ufersa.edu.br/

Link direto da website do livro: https://livraria.ufersa.edu.br/testes-de-hipoteses-estatisticas/

Um forte abraço e bons estudos!!!! 📚👊

Prof Uanderson Rebula

Capa do livro pdf "Testes de Hipóteses Estatísticas"

DADOS DO LIVRO

Professores e pesquisador da Ufersa lançam livro sobre Testes de Hipóteses Estatísticas

Os professores doutores Janilson Pinheiro de Assis e Roberto Pequeno de Sousa e o pesquisador doutor Paulo César Ferreira Linhares, do Departamento de Ciências Agronômicas e Florestais (DCAF) da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa), lançaram, no último dia 11 de agosto de 2020, a obra intitulada “Testes de Hipóteses Estatísticas” que recebeu o selo da Editora da Ufersa, a EdUFERSA. A  obra está disponibilizada gratuitamente em forma de E-book através do link: https://livraria.ufersa.edu.br/testes-de-hipoteses-estatisticas/.

Segundo os autores, este livro é um texto necessário e atraente como uma publicação didática. Ele não se dirige a nenhuma área específica de aplicação do método estatístico. Sua finalidade é de natureza bem ampla e apesar de escrito em nível elementar, ele destina-se a todos os cursos superiores em que é ensinada a metodologia estatística, sendo exigido do leitor conhecimentos básicos de probabilidade, matemática, estatística e noções de amostragem.

Nesta obra, os autores abordaram um dos temas da inferência estatística, ou seja, testes de hipóteses estatísticas, que é indicada para todos os estudantes e técnicos que utilizam a estatística direta ou indiretamente. Mostra tanto a teoria como a prática paramétrica, tais como os testes t de Student e os testes Z baseado na distribuição normal de probabilidades, bem como o teste não paramétrico do qui-quadrado, para o estudo de uma ou duas populações estatísticas, ilustrando suas aplicações com diversos exemplos práticos, disponibilizando para os leitores um apêndice constituído de formulários e tabelas para consulta na aplicação dos testes.

“O leitor terá facilidade na assimilação do assunto, pois os capítulos seguem uma ordem e sequência lógica e bem didática. São mostrados no final do livro diversos exemplos, tabelas auxiliares, o alfabeto grego, formulários dos principais tipos de testes de hipóteses paramétricos em uma tabela resumo, bem como referências bibliográficas para o leitor interessado em se aprofundar mais no assunto”, ressalta o professor Janilson.

Esta obra tem como principal objetivo atingir o público dos alunos de graduação dos cursos de ciências exatas, engenharias, administração, ciências contábeis, agronomia, zootecnia, engenharia de pesca, biologia, ecologia, medicina veterinária, medicina, bem como os demais cursos que tenham alguma abordagem quantitativa dos seus conteúdos programáticos. “No entanto, pesquisadores, técnicos, dirigentes de empresas, profissionais que utilizam a estatística em suas atividades profissionais, bem como alunos de pós-graduação, podem se nortear e se beneficiar com a leitura deste livro”, pontua o professor Roberto.

A abordagem é moderna, por isso a ferramenta computacional pode e deve ser uma extensão da ferramenta estatística a ser utilizada na resolução dos problemas, mas nunca substituindo o espírito crítico, o conhecimento e a opinião do leitor. “Nesse contexto, sugere-se o uso do software R-project, haja vista ser um programa computacional atual, além de ser gratuito e de código livre, sendo o seu uso de caráter frequente e geral na grande maioria das empresas e universidades do Brasil e do mundo”, diz o pesquisador Paulo César.

Fonte: edufersa